IDEs: usar ou não usar? Eis a questão…

Se você é um desenvolvedor de software mais experiente, você já deve ter ouvido muitas discussões sobre IDEs, principalmente sobre se devemos adotá-las (ou não) no processo de desenvolvimento. Caso você seja um iniciante na área, prepare-se! Entre tantas polêmicas do mundo do desenvolvimento, essa é com certeza uma das principais.

Pensando nisso, nesse artigo, tentei abordar esse tema de uma forma ampla, visto que ele está rodeado de mistérios e isso acaba por confundir principalmente quem está chegando agora na área. O que é péssimo!

Portanto, continue lendo! Assim você terá um posicionamento claro e firme sobre o assunto, desta forma, estando preparado para participar de futuras conversas e discussões sobre o tema! IDEs!

O que são IDEs?

A sigla IDE vem de Integrated Development Enviroment, ou seja, Ambiente de Desenvolvimento Integrado. Se formos resumir, trata-se de um programa que tem a função de reunir, em um único local, tudo que um desenvolvedor precisa para trabalhar.

Os IDEs, dentre outras coisas, geralmente possuem:

  • um editor de textos;
  • um compilador (quando necessário);
  • verificadores de sintaxe;
  • complementos e assistentes de código;
  • prompt integrado; snippets de código;
  • ferramentas de auxílio para conexão a banco de dados;
  • automatizador de tarefas;
  • editor de interface gráfica
  • Entre outros…

É perceptível! Uma IDE pode facilitar muito a vida do desenvolvedor, principalmente se ele depender da integração de várias ferramentas que o IDE já trás configurada por padrão.

Quais as IDEs existentes no mercado?

Bem, é claro que existem diversos IDEs para as mais diversas linguagens de programação, além também de existirem IDEs “híbridos” que podem trabalhar com mais de uma linguagem. Em muitos casos, as IDEs híbridas, dependem apenas da instalação de plugins específicos. Este é o caso do famoso Eclipse IDE.

Entre as principais IDEs, podemos citar:

Porque usar IDEs

Bom, praticamente já comentei sobre as vantagens de usar um IDE nos tópicos anteriores. Contudo, nesse tópico, vamos reforçar e mostrar mais alguns detalhes:

  • Um único ambiente para trabalhar com determinada linguagem de programação;
  • Integração com as ferramentas (frameworks) que cercam determinada linguagem;
  • Facilidade para o desenvolvedor escrever código, visto que o IDE muitas vezes já “escreve por si só” trechos de códigos repetitivos;
  • Facilidade de configuração, visto que ela tenta entregar ao desenvolvedor tudo de modo instantâneo;
  • Integração com documentação, facilitando o desenvolvedor pesquisar temos técnicos na documentação oficial da linguagem.

Muitas vantagens, não? Realmente, mas agora chegou a hora de mostrar o outro lado.

Porque “não” usar IDEs

Claro! Nem tudo é um mar de rosas. Como sempre, existem desvantagens também. E é aqui que as disputas e discussões se iniciam. Mas tudo bem, vamos listar algumas desvantagens e aproveitar para comentar sobre tais aspectos.

  • O IDE geralmente é um ambiente lento.
    Por se tratar de um programa que vai unir todo ambiente necessário para um desenvolvedor, o IDE muitas vezes torna-se lento, visto que ele facilmente gerencia dezenas de aplicativos que estendem suas funcionalidades. Nesse caso, a lentidão acaba prejudicando o desenvolvedor;
  • “Acostuma mal” o desenvolvedor na hora de programar.
    Esse motivo talvez seja um dos aspectos que gerem mais discussões, visto que um IDE pode facilmente fazer um trabalho que exigiria um pouco mais de conhecimento por parte do desenvolvedor. Dessa forma, agiliza bastante o desenvolvimento, mas por outro lado faz com que o conhecimento em questão seja deixado de lado e, muitas vezes, esquecido.
  • É uma camada a mais de configurações para atingir um determinado fim.
    Quando vamos usar um IDE primeiramente devemos configurá-lo para deixar tudo em harmonia. Essa configuração inicial pode ser bem desgastante, principalmente se o desenvolvedor não estiver em seu computador pessoal, ou seja, mudar de estação de trabalho pode ser um problema.
  • De novo, “acostuma mal” o desenvolvedor no que tange a ferramenta.
    É muito comum desenvolvedores acostumados a usar uma versão X, de um determinado IDE, reclamar que a versão Y não possui tal funcionalidade. Ou ainda, o desenvolvedor depender de um IDE para realizar tarefas que são possíveis sem o IDE. Em outras palavras, o desenvolvedor acaba por ficar dependendo do IDE.

Como é de se notar, tanto as vantagens como as desvantagens são bem pertinentes e talvez a pergunta que não quer calar seja: vale a pena ou não usar um IDE?

E aí… devo usar ou não!?

Bom, a resposta para essa pergunta não é tão simples, mas vou listar algumas opiniões pessoais no intuito de que você perceba algumas vantagens e desvantagens a partir de um outro ângulo. Vamos lá:

1 – Existem situações em que um IDE é essencial, com por exemplo, projetar interfaces gráficas. Em outras palavras, quando você precisa criar janelas onde os usuários vão interagir. Nesse caso, usar um IDE será uma grande vantagem, visto que para criar interfaces visuais usando apenas um editor de texto é um trabalho imenso. Enquanto, com uma IDE, é possível criar janelas, botões e entre outros elementos com pouquíssimos cliques.

2 – Quando você já domina uma determinada linguagem e consegue fazer qualquer coisa SEM o uso do IDE. Bem, isso quer dizer que um IDE trará muita produtividade para você.

3 – Muitos desenvolvedores se acostumam tanto com o uso de um IDE que já ouvi casos de candidatos, em entrevistas de emprego, que não conseguiram criar um simples algoritmo em uma determinada linguagem de programação, pois o recrutador não disponibilizou o IDE, mais precisamente, a funcionalidade de  ‘Assistente de Código’.

4 – Já ouvi relatos também de pessoas que resolverem problemas que se arrastavam por semanas, em poucos minutos, pois dominavam um IDE que praticamente solucionou o problema em poucos cliques.

Resumindo…

Acredito que com tudo que expliquei até o momento, agora você já deve ter uma visão muito mais abrangente sobre IDEs: pontos fortes e fracos!

Nesse momento, talvez você deva estar se perguntando:

“Ok, Jackson, e você…? Usa IDE!?”

A minha resposta simples e prática é: uso quando me convém 🙂

Por exemplo, no curso que gravei sobre Programação Orientada a Objetos com Java, fiz questão de mostrar as duas possibilidades. Inicialmente, usando apenas um editor de textos puro e depois usando o Eclipse IDE que, nesse caso, ajuda incontestavelmente o desenvolvedor. Já no curso de Ruby on Rails, uso apenas um editor de textos e um prompt o curso inteiro. Nesse caso, por incrível que pareça, a produtividade foi enorme também!

Em resumo, tenha em mente que não existe bala de prata. Para mim, o ponto-chave é:

Caso você use um IDE, tente (pelo menos uma vez!) fazer o que você faz COM o IDE, sem o IDE (ou vice-versa). Tenho certeza que fazendo esse exercício você perceberá a importância de se conhecer os dois lados. E nunca, nunca, nunca fique dependendo de uma ferramenta só!

Espero que você tenha gostado do post! Qualquer dúvida, sugestão, elogio e (porque não?) uma discussão saudável, fique à vontade para comentar abaixo. Um forte abraço e até a próxima!

 

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Written by Jackson Pires

Mais de 15 anos dedicados a Dev, 5 a ensinar. Acredito que programação não precisa ser complicado, por isso, adotei o Ruby On Rails (RoR). Contudo, como todo bom Engenheiro de Software, tenho especialização e adoração por diversas tecnologias do mercado. Hoje, dedico o meu tempo a ensinar e compartilhar conhecimento em plataformas como a Becode. Ahh... também sou fotógrafo nas horas vagas.

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