Ao optar pelo Linux em um computador ou servidor web, você precisará escolher entre uma das suas diversas distribuições. Provavelmente você já ouviu falar de Ubuntu, a distribuição Linux mais popular do mercado.
Neste artigo, vamos apresentar as características e objetivos de diferentes distribuições Linux, para que assim, você as conheça e tenha uma ideia mais geral das oportunidades de uso que cada distribuição proporciona.
O que é Linux?
Existem três principais sistemas operacionais. Dois deles, o Windows e o Mac OS, são sistemas proprietários, ou seja, é necessário comprar a licença para poder utilizá-lo, além disso, o código-fonte não é aberto para personalização.
O terceiro sistema operacional, no caso, é o Linux. Com o objetivo de ser livre e gratuito, seu código-fonte é aberto, permitindo que pessoas, empresas e organizações possam customizar conforme a necessidade, tornando-o adaptável para qualquer tipo de uso, desde desktop e servidores, até chips de carros e sistemas de automação industrial.
Nesse sentido, os sistemas operacionais Linux diferem bastante dos outros (e não apenas por ser gratuito).
A principal diferença é que o sistema operacional Linux não é produzido por uma empresa, mas sim por diversas organizações e indivíduos que trabalham em diferentes partes do software.
Por exemplo, existem grupos que trabalham:
- No Kernel (a parte principal do sistema operacional, que manipula a comunicação com o hardware);
- No desenvolvimento do GNU Shell (uma das tantas interfaces existentes);
- No servidor X (que produz um desktop gráfico);
- E entre outras partes.
Toda essa cadeia de produção é independente e distribuída através de código aberto, sendo de livre acesso por quem desejar acessá-lo. Graças a esse potencial de customização, originou-se as chamadas ‘distribuições linux’, popularmente conhecidas como ‘distros’.
O que são Distribuições Linux?
Trata-se de um conjunto de softwares elaborados em torno do Kernel do Linux, tornando-o operacional para usos distintos.
As diferentes distribuições Linux utilizam esse código aberto, produzido individualmente, para compilar diferentes sistemas operacionais, combinando partes em um único sistema para você inicializar e instalar. Nesse processo, a maioria das distribuições adiciona seus próprios toques finais, como temas e softwares personalizados, além de escolher o ambiente desktop, o navegador web e outros programas padrões que irão rodar junto ao sistema operacional.
O mesmo acontece quando você precisa atualizar a versão do software, que normalmente incluem atualizações de segurança importantes. A distribuição Linux pela qual você optou irá fornecer em forma pré-compilada e empacotada essas atualizações. Em geral, estes pacotes são rápidos e fáceis de instalar.
Diferenças entre Distros
As distribuições Linux podem se distinguir em diversas maneiras. Uma forma fácil de entender essas diferenças é comparando os tipos de filosofia que cada distribuição possui. Por exemplo, a Fedora se recusa a incluir software de código fonte fechado (proprietário, onde deve ser pago valores para usar o software). Já a distribuição Mint, inclui softwares de código fonte fechado para deixar o sistema mais fácil aos olhos dos usuários.
Outra diferença são os softwares padrão que acompanham cada distribuição, o Ubuntu inclui Unity. Já outros derivados do Ubuntu incluem outros ambientes de desktop. O Fedora inclui o GNOME Shell e o Mint inclui o Cinnamon ou o MATE.
O gerenciador de pacotes de cada distribuição também pode mudar. Pacotes são os softwares que podem ser instalados. No Windows, por exemplo, é necessário procurar na internet tais aplicações que são úteis e, então, instalar. Já nas distros Linux normalmente há um gerenciador, em que os pacotes são centralizados (como se fosse uma Play Store para o Android).
Como escolher uma distribuição Linux?
De modo geral, sua escolha dependerá de diversos parâmetros. Os principais a levar em consideração são:
- O ambiente de desktop;
- A estabilidade;
- A compatibilidade de hardware;
- E o suporte da comunidade.
Ambiente de Desktop
O Linux é tão configurável que até o software responsável pelo desktop pode ser modificado. As diferentes versões de desktop dependem bastante da distribuição Linux escolhida, mas você sempre poderá instalar um ambiente de desktop diferente do padrão que vem junto na distribuição. Contudo, o desktop que já vem instalado, geralmente, é bastante otimizada e integrada à distro em si, não necessitando de grandes mudanças e configurações.
Estabilidade vs Atualizações
Os ciclos de release e atualização das distribuições são diferentes. Algumas, como a Fedora, buscam disponibilizar versões atualizadas de todos os seus aplicativos e pacotes, para que você sempre tenha a última versão destes softwares. Algumas vezes isto acaba causando instabilidades, razão pela qual outras distribuições – como a Debian e Gentoo – preferem atrasar certas atualizações para garantir a segurança do sistema. Neste ponto você poderá optar entre rapidez, para receber sempre o software mais atualizado, e segurança, para receber atualizações mais estáveis.
Compatibilidade de Hardware
Você encontrará diferentes drivers de instalação de hardware dependendo da distribuição escolhida, isto significa que talvez as peças de hardware da sua máquina podem não funcionar com a instalação padrão de alguma distribuição. Em muitos casos, você pode obter os drivers de instalação com um esforço extra. Para evitar esse trabalho, quando estiver pesquisando qual distribuição instalar, verifique as páginas de compatibilidade de hardware e tenha certeza de que seu Wi-Fi, placa de vídeo, som, entre outros itens que você considera importante, são compatíveis com a distribuição escolhida.
Comunidade
O Linux é conhecido como sinônimo de inovação e segurança, graças à comunidade que o cerca e desenvolve. Quanto maior a comunidade, melhor será o apoio oferecido aos usuários que precisa de uma solução. Além disso, encontrar a documentação sobre um problema específico ou peça de hardware também é uma missão mais facilitada. Por essas e outras, o Ubuntu acaba sendo uma ótima distribuição para iniciantes, pois há muita informação, documentação e especialistas sobre a distro para consultar.
Distros que todo desenvolvedor precisa conhecer
Com tantas distribuições diferentes do sistema operacional, pode ser difícil escolher a ideal para você. Cada distribuição é única e tem suas próprias vantagens e desvantagens.
O DistroWatch é um ótimo recurso (em inglês) para aqueles que procuram conhecer as mais diversas distribuições do mercado. Recomendamos sempre que você pesquisa bastante antes de optar por uma distribuição ou outra. Entretanto, algumas distribuições são bastante populares e reconhecidas mundo a fora. Sendo assim, ótimos pontos de partida para qualquer um.
Abaixo, uma lista com 5 distribuições Linux para começar na área como um desenvolvedor ou administrador de sistemas, separadas pelo perfil do profissional.
Para os puristas: Arch
Arch Linux é uma distribuição GNU / Linux de uso geral, versátil o suficiente para se adequar a qualquer função. Seu aspecto principal é a simplicidade, minimalismo e elegância de código. Arch é instalada como um sistema de base mínimo, sendo trabalho do usuário configurar o seu próprio ambiente ideal. Os utilitários de configuração GUI não são fornecidos oficialmente e a maioria das configurações do sistema é executada a partir do shell e de um editor de texto.
Para os inovadores: Fedora
Fedora é patrocinada pela Red Hat, empresa muito conhecida no meio corporativo. Por isso, se você está interessado em experimentar as tecnologias líderes do mercado, a distro escolhida pode ser a Fedora. Como o ciclo de lançamento é muito curto, a Fedora tende a incluir as mais recentes tecnologias em sua distribuição.
Para os cautelosos: Debian
Debian é mantida e atualizada através do trabalho de voluntários que oferecem seu tempo e esforço. Junto com sua instalação vem ferramentas avançadas de gerenciamento de pacotes que permitem a fácil instalação e manutenção em sistemas individuais e clusters de estação de trabalho. São realizados extensos testes de pré-lançamento para garantir o maior grau de confiabilidade possível. Além disso, um sistema de rastreamento de bugs fornece uma maneira fácil de monitorar o feedback dos clientes. Isso fez do Debian uma das distribuições mais populares e seguras.
Para quem deseja iniciar no Linux: Ubuntu
Completamente baseado no Debian, o Ubuntu é mantido pela Canonical e utiliza diversos softwares e interface que tendem a deixar o sistema mais amigável, sendo ideal para uma ambientação ao mundo open source. Caso você deseja começar agora a usar Linux, o Ubuntu apresenta uma das interfaces mais amigáveis e o maior apoio da comunidade para um iniciante.
Menções honrosas: RedHat e Gentoo
A popular distro RedHat é uma versão mais estável da distro Fedora. Ela é recomendada para uso em servidores, onde há uma maior necessidade de estabilidade e segurança. Trata-se de uma distro paga, pois a empresa (Red Hat) oferece todo o suporte necessário.
A distro Gentoo também é conhecida por sua estabilidade e segurança, por consequência disso, garante um ótimo uso para servidores. Entretanto, ela costuma ter releases menos frequentes, quando comparado com as outras distribuições Linux desse post.
A melhor distribuição para servidores: CentOS
A KingHost utiliza a distro CentOs, considerada uma das melhores, mais estável e performática distro Linux. Embora não seja recomendada para usuários que estejam começando (devido a sua complexidade de configuração) é altamente recomendada para servidores corporativos. O propósito é justamente esse: aumentar a confiabilidade do servidor e a estabilidade do serviço para ao cliente.
Por exigir um certo nível de complexidade, visto que é uma distribuições focada em servidores e no mercado corporativo, recomenda-se que você realize um treinamento foca na distro, antes de se aventurar com essa distribuição especifica. Nesse caso, o treinamento da Becode sobre a distribuição CentOS Linux é perfeito, dê uma olhada por aqui!
Resumindo…
Linux é uma tecnologia muito importante para o mercado de TI como um todo e para o profissional dessa área. Independente da área de atuação do profissional de tecnologias, saber Linux sempre será um conhecimento muito bem-vindo e, frequentemente, um diferencial para o profissional da área.
Por exemplo, para trabalhar com hospedagens Web. Na Kinghost, nossos servidores Linux permitem a execução de diversas linguagens e frameworks como PHP, Perl, Java, Ruby, Python e Phalcon. A plataforma ainda conta com suporte a uma alta gama de bibliotecas para as funções mais comuns e bancos de dados SQL e NoSQL como o MongoDB. Em outras palavras, se sua aplicação contiver arquivos com extensões .php, .pl, .java, .jsp, .rb ou .py, você precisa de um servidor Linux!
Espero que você tenha gostado do post e que ele sirva de auxilio como uma porta de entrada ao mundo do software livre e, principalmente, ao Linux. Se você tiver críticas, dúvidas ou comentários, fique à vontade.